Adonis
FLOR DA ALQUIMIA
Preciso viajar no bosque das cinzas
entre as árvores ocultas
na cinza estão as fábulas o diamante o velocino de ouro
preciso viajar na fome na rosa rumo às colheitas
preciso viajar descansar
sob o arco dos lábios órfãos
nos lábios órfãos em sua sombra ferida
está a antiga flor da
alquimia
Preciso viajar no bosque das cinzas
entre as árvores ocultas
na cinza estão as fábulas o diamante o velocino de ouro
preciso viajar na fome na rosa rumo às colheitas
preciso viajar descansar
sob o arco dos lábios órfãos
nos lábios órfãos em sua sombra ferida
está a antiga flor da
alquimia
ASSOMBRO CATIVO
Vou em busca da sombra entre os brotos e a erva ergo uma ilha
ligo a ramagem à beira-mar
e quando se perdem os portos e enegrecem os caminhos
visto-me do assombro cativo
nas asas da borboleta
atrás do reino das espigas e da luz e na
morada da doçura
Vou em busca da sombra entre os brotos e a erva ergo uma ilha
ligo a ramagem à beira-mar
e quando se perdem os portos e enegrecem os caminhos
visto-me do assombro cativo
nas asas da borboleta
atrás do reino das espigas e da luz e na
morada da doçura
CANÇÃO DO ORIENTE
Fiz-me espelho
rebati tudo
mudei em teu fogo a cerimônia da água e da vegetação
mudei voz e apelo
Passei a ver-te em dois
tu e esta pérola que nada em meus olhos
eu e a água nos fizemos amantes
nasço em nome da água
nasce em mim a água
eu
e a água
nos replicamos
ÁRVORE DOS CÍLIOS
... e quando resignei-me na ilha das pálpebras
em ser hóspede das conchas e dos rastros
vi que o destino é um frasco
com águas e fagulhas
pronto a fazer do homem
mito ou fogo lendário
e eu ia carregado sobre os ramos
num bosque lácteo enfeitiçado
o seu dia consagrado à loucura era
minha cidade e a noite recinto íntimo
Fiz-me espelho
rebati tudo
mudei em teu fogo a cerimônia da água e da vegetação
mudei voz e apelo
Passei a ver-te em dois
tu e esta pérola que nada em meus olhos
eu e a água nos fizemos amantes
nasço em nome da água
nasce em mim a água
eu
e a água
nos replicamos
ÁRVORE DOS CÍLIOS
... e quando resignei-me na ilha das pálpebras
em ser hóspede das conchas e dos rastros
vi que o destino é um frasco
com águas e fagulhas
pronto a fazer do homem
mito ou fogo lendário
e eu ia carregado sobre os ramos
num bosque lácteo enfeitiçado
o seu dia consagrado à loucura era
minha cidade e a noite recinto íntimo
ÁRVORE DA MANHÃ
Encontra-me ó manhã no campo do nosso desespero
no caminho ao nosso campo de desespero
árvores secas quantas vezes prometemos
tornarmo-nos dois leitos duas crianças à sombra seca das árvores secas
encontra-me viste os ramos? ouviste o apelo dos ramos
ao deixarem palavras à sua seiva?
palavras-reforço aos olhos
palavras-força a fender rochas
encontra-me encontra-me
como se nos encontrássemos e tecessemos a treva
e nos vestissemos e viessemos batessemos à sua porta
soerguessemos a cortina e abrissemos suas janelas
e nos recolhessemos nas entranhas
dos troncos e implorassemos com nossas pálpebras
e escanceassemos
a ânfora do sonho e das lágrimas
como se ficassemos
no país dos ramos e perdessemos o caminho
da volta
Encontra-me ó manhã no campo do nosso desespero
no caminho ao nosso campo de desespero
árvores secas quantas vezes prometemos
tornarmo-nos dois leitos duas crianças à sombra seca das árvores secas
encontra-me viste os ramos? ouviste o apelo dos ramos
ao deixarem palavras à sua seiva?
palavras-reforço aos olhos
palavras-força a fender rochas
encontra-me encontra-me
como se nos encontrássemos e tecessemos a treva
e nos vestissemos e viessemos batessemos à sua porta
soerguessemos a cortina e abrissemos suas janelas
e nos recolhessemos nas entranhas
dos troncos e implorassemos com nossas pálpebras
e escanceassemos
a ânfora do sonho e das lágrimas
como se ficassemos
no país dos ramos e perdessemos o caminho
da volta
Tradução: Michel Sleiman
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